SINO

domingo, 7 de agosto de 2011

Gaviões homenageará Lula no carnaval 2012



2012: “VERÁS QUE O FILHO FIEL NÃO FOGE À LUTA - LULA, O RETRATO DE UMA NAÇÃO”.
Hoje, mais do que nunca, os Gaviões da Fiel é o retrato de uma nação. Sonhadora, aguerrida, laboriosa e que acredita, sobretudo, no poder da luta.
Nós, fiéis brasileiros, pedimos licença para retratar um pedaço importante da história do nosso povo. Uma história que também se mescla de forma indissolúvel à de um ser vitorioso capaz de provocar-nos empatia pelo seu carisma único, além de nos encher de orgulho pela sua trajetória marcada por lutas, superações e conquistas, tão semelhante à de tantos filhos fiéis desta terra.

Ao sintetizar o povo brasileiro, poderíamos contar a vida do João, a do Francisco, a do Roberto, da Eurídice ou a da Maria de Lourdes... Mas a síntese também poderia ser a da vida do Luiz. A história de um menino que nasceu pobre – como tantos brasileiros – saído do sertão e que, bravamente, numa biografia de superação, tornou real o sonho um dia sonhado. O sonho possível daquilo que, para muitos, seria o inalcançável. Mas o menino acreditou e isso bastava...

O hoje homenageado é filho fiel que não foge à luta. É o Luiz Inácio Lula da Silva. Ou, simplesmente, Lula; um ícone da nação brasileira e, por que não dizer, da nação corintiana. É hoje a fonte de nossa inspiração e de quem crê que tudo é possível quando se têm fé, anseio, bom coração e disposição para lutar.
Contaremos e cantaremos – como em rimas felizes e despretensiosas de cordel - a saga do menino guerreiro, numa grande ópera de identidade nacional, capaz de retratar, em seus versos e rimas, aspirações do menino pernambucano, do líder político e da figura humana tão parecida conosco.

Versos carregados de metáforas, hipérboles, pleonasmos em torno das aspirações e anseios do povo brasileiro trazendo à tona, também, a essência da literatura de cordel. A prosopopéia ilustrará o sentido simbólico para ilustrar determinados elementos, tornando seres irracionais, fatos e sentimentos em figuras alegóricas, facilitando a ilustração de fatos importantes da nossa história pelo contexto sociocultural, ao revelar o caráter dos fatos numa conotação viva e fabulosa.

Em nossos versos, o sofrimento dará vazão a glórias e, em fantasias coloridas, os gestos involuntários serão embalados pela linguagem mágica do carnaval. Seremos parte integrante dessa fábula carnavalesca, porque somos povo também. E juntos prestaremos, com as bênçãos de São Jorge Guerreiro e o espírito contagiante do folião, a homenagem merecida a esse ilustre filho do Brasil, também retrato fiel de uma nação...

1º ATO: A METAMORFOSE DO ESCORPIÃO

Outubro de 1945. O sol castigava a terra seca dos confins do Pernambuco. Vinha ao mundo a criança que aprenderia com suas próprias experiências. E, com base nesse aprendizado, iniciaria o processo de ascensão social das classes situadas às margens da sociedade do final do século XX.

O mundo vivenciava fortes transformações do pós-guerra. Mais uma vez o povo nordestino sofria com a falta de chuvas para regar o solo sagrado, do qual o homem sempre recorreu para obter o alimento para si e para seus descendentes.

Enquanto o mundo procura intelectualidade nos grandes filósofos da história, o menino Luiz Inácio absorveu e herdou, ao máximo, traços do caráter e da personalidade da mulher que foi exemplo de coragem: Dona Lindu; sua mãe, que criou e educou oito filhos, praticamente sozinha. Guerreira da terra seca e rachada, não mediu esforços para a boa formação de seus filhos. A escola instrui, mas o lar educa. E assim o foi... Não abriu mão da identidade, ao manter aquele jeito comum às mães nordestinas: simples, protetora dos filhos e centralizadora. Ensinou aos filhos a valorizarem suas origens e a lutarem por nobres ideais.

Nascido sob o signo de Escorpião, o jovem Luiz Inácio parecia estar predestinado ao sucesso. O escorpião simboliza o poder. São pessoas munidas de paciência, temperança e determinação.

O amor pela terra já não bastava para manter vivos oito filhos e uma mãe aflita. Com muita dor no coração e coragem de sobra na alma, a guerreira Lindu abandonou aquele sertão árido, levando consigo, além de suas crianças, a fé e esperança no caminhão pau-de-arara que os transportara a São Paulo. Aos sete anos de idade, o “escorpião” ganhava a estrada rumo ao centro financeiro do país. Esse foi o primeiro grande passo para a transformação do menino pobre do sertão para aquele que seria, anos depois, líder da nação.

São Paulo sempre foi a terra das oportunidades. E mais mãos nordestinas, como tantas que já ajudaram a erguer e ajudam a manter viva a maior metrópole deste país, unir-se-iam em busca do crescimento sob todos os aspectos, no fazer do próprio destino, na crença do possível, do sonho... Seria o lugar onde a estrela do menino brilharia mais forte. De si, São Paulo deu a fertilidade das frentes de trabalho, das grandes demandas, fruto de sua constante metamorfose. Em troca, exigiu do menino o interesse, o preparo e a determinação. Luiz Inácio não tardou a assimilar essa informação e honrou o que sua mãe dissera certa vez e várias vezes de maneira enfática e crédula: "Este aqui vai ser gente. Vai ter uma profissão".

O menino Luiz Inácio buscou o conhecimento mesmo sem incentivo do pai que era analfabeto e entendia que seus filhos não deveriam ir à escola, mas apenas trabalhar. Ainda aos 14 anos de idade, matriculou-se no curso técnico de torneiro mecânico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e, orgulhoso e enchendo sua mãe de contentamento, formou-se três anos mais tarde (1963), empregando-se na metalúrgica Independência. Tolhido muitas vezes de alcançar o conhecido formal por certificações e diplomas, Lula, buscou, por meio de experiências de vida, fincada, sobretudo, na luta trabalhista, o seu maior diploma: o da faculdade da vida!

Ao encerrar este capítulo de nossa história, a mensagem que fica é a do ser operário do Brasil. Operário como tantos de nós. Operários que constroem diariamente um país melhor, operários que se superam e vencem a luta do dia a dia. Somos vencedores porque cremos e lutamos para a realização de sonhos e, parafraseando o poeta, essa é a história daqueles que carregam em si todos os sonhos do mundo e, mais do que isso, é daqueles que trabalham a fim de torná-los reais, ainda que muitos duvidem disso.


“Quando olho a minha própria vida de retirante nordestino, de menino que vendia amendoim e laranja no cais de Santos [...] vejo e sei, com toda a clareza e com toda a convicção, que nós podemos muito mais”. (Luiz Inácio Lula da Silva)

2º ATO: DUELOS PELA LIBERDADE

Num ritmo acelerado, o mundo seguia em sua transformação. A década de 1960 assiste a eclosão do socialismo. O bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, via-se ameaçado por essa nova mentalidade bem atrativa aos olhos das nações do Terceiro Mundo.

Incomodados com a crescente presença de militantes da causa comunista, comandada por Fidel Castro em Cuba, os Estados Unidos, incentivam integrantes das forças armadas brasileiras a depor o presidente João Goulart e assumir o poder. Entre as metas do novo regime estava o estabelecimento da ordem, mesmo que para isso fosse necessário o uso da força. Em 1968 instauraram o Ato Institucional número 5, famoso AI5. Com ele era permitido prender pessoas suspeitas sem levá-las a julgamento. Foi um período tenso. A censura caiu pesada sobre os veículos de comunicação. Tudo o que se criava era submetido a uma análise minuciosa, porém nem sempre justa e imparcial. Escritores, roteiristas, compositores, autores viam suas criações censuradas por serem consideradas imorais ou por simplesmente acharem que seus conteúdos continham mensagens que poderiam comprometer a ordem social. Guerreiros foram os que sobreviveram aos porões da ditadura, infelizes os que enlouqueceram devido às torturas sofridas ou se escondem atrás de sua própria vergonha.

Durante este período nefasto, em São Paulo, o sindicalismo segue na defesa da causa operária. Foi por meio dos sindicatos que trabalhadores das mais diversas áreas conseguiram garantias trabalhistas antes inexistentes. Deles, o mais representativo sempre foi o Sindicato dos Metalúrgicos no ABC. Por anos, ser metalúrgico era sinônimo de status, garantia de privilégios. Em contrapartida, todo metalúrgico era obrigado a conviver com a incerteza de emprego garantido, afinal, sempre que uma crise abalava a economia do país, o setor era o primeiro a sentir o impacto. Criava-se uma expectativa enorme sobre o Sindicato dos Metalúrgicos.

Foi lá que o operário Luiz Inácio Lula da Silva teve seu primeiro contato com as questões trabalhistas. A princípio, evitou envolvimento direto. Mas, com o passar dos anos, foi inevitável o envolvimento com a causa. Não demorou a assumir a direção do Sindicato.

Homem de opinião, não se deixou intimidar pelas mãos-de-ferro que governavam o Brasil. Defendeu ativamente políticas de reposição salarial, ganhando projeção nacional. Reeleito, passou a liderar negociações nas constantes greves que ocorreram no final da década de 70. Os 31 dias em que ficou preso no DOPS, em São Paulo, serviram para amadurecer a ideia de fundar um partido político focado na defesa dos interesses do trabalhador. Um ano depois, surgiria o PT – Partido dos Trabalhadores. Anos depois, num novo salto, surge a CUT – Central Única dos Trabalhadores. Assim o trabalhador ganha voz.

Inicia-se um grande momento da história brasileira de máxima importância na luta pela democracia. O Brasil ganhou muito no que se refere à formação de mentalidades. Em nenhum outro momento histórico observou-se tamanho avanço intelectual. Na música, no teatro, no cinema, na literatura, no jornalismo e, acima de tudo, na política, a todo o momento colhemos ricos frutos da ditadura. O cerceamento do direito de se manifestar como seres pensantes desenvolveu nesta época, nos brasileiros, a astúcia de encontrar subterfúgios para expor suas idéias de forma que somente os mais sensíveis à causa fossem capazes de compreender. Porém, a sensação de não poder expor ideais e pensamentos livres, definiu esta época como a fase sombria, tornando a causa de todo fiel cidadão brasileiro, a luta por uma sociedade livre e democrática.

Temos muito a agradecer àqueles que lutaram ativamente pela causa do trabalhador, pela abertura política, pela liberdade de expressão, pelas eleições diretas, dando-nos o direito de escolhermos nossos próprios representantes, e por todos os que se expuseram na tentativa de deixar-nos o legado de uma sociedade digna.

Temos de agradecer àqueles que tiveram à mão a oportunidade única de contribuir para a formatação da nossa Carta Magna, o instrumento maior que garante a nós o direito de sermos cidadãos brasileiros. A Constituição de 1988 apagou definitivamente os rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país.

Temos de agradecer a você, constituinte Luiz Inácio, por nos representar de maneira digna e fazer valer a vitória da real democracia. Na qual a esperança vence qualquer medo.


3º ATO: VIAGEM AO CORAÇÃO DO BRASIL

O político Luiz Inácio Lula da Silva muito fez para que pudéssemos alcançar certas conquistas. Em seu processo para tornar-se líder deste gigante chamado Brasil, enveredou-se pelo interior do país, em suas “caravanas da cidadania”, vivenciando as mazelas de um povo carente e sem esperança, aproveitando assim para construir projetos de governo dando, enfim, as devidas cores aos sonhos de milhares de famílias carentes do interior do Brasil.

Todo brasileiro tem dentro de si um sentimento forte chamado dignidade. Para alcançá-la, no entanto, é importante que a pessoa se sinta parte do sistema. É necessário dispor de recursos e de infraestrutura para a garantia do autossustento e, consequentemente, da inclusão social. Todos querem se sentir cidadãos brasileiros, na profunda acepção da palavra.
Nessa expedição feita ao coração do Brasil, saíram as cores que futuramente iriam colorir os sonhos de dignidade para milhares de brasileiros carentes de recursos e de uma sociabilidade decente.
Alimentação! O Brasil é rico em recursos naturais, apesar de tais recursos, como é sabido, não estarem bem distribuídos pelo território brasileiro. Nessa expedição, retratada em nossa história, fez-se observar e criar uma forma melhor de distribuição a quem não dispunha facilmente desses recursos. Diz o dito popular: “saco vazio não para em pé!”. É verdade! Quem não se alimenta devidamente não tem condição de produzir.
Educação! Lugar de criança é na escola! E futuramente será primeiro passo para se conseguir um trabalho. O mundo está cada vez mais competitivo. Com o surgimento de novas atividades, aumenta a oferta de trabalho. O Brasil dos sonhos é um país das oportunidades. Só que é impossível se tornar competitivo sem a presença de profissionais capacitados.

Emprego! Na idealização dessas conquistas, as ofertas de trabalho não serão mais concentradas nos grandes centros. Nas cidades ou no campo, haverá trabalho para todos. É o brasileiro sendo incluído em reais perspectivas de um futuro mais promissor.
Moradia! Esse é o grande sonho de todo brasileiro. Ainda é o mais distante de se tornar realidade. Todavia, será muito mais fácil obter linhas de crédito junto a bancos do governo. Aos poucos, as tábuas velhas darão lugar ao concreto e a família poderá, enfim, dormir com mais conforto.
Agricultura! Vivemos numa terra rica e fértil. No passado, lavorávamos nosso alimento sem poder dele usufruir. A terra é do brasileiro, que mora nela, que trabalha nela, tratando, adubando, planando e colhendo o “fruto” sagrado.
Energia! Trará como resultado a luz para todos.
Moeda forte! Acima de tudo, o sagrado dinheiro do trabalhador e o nosso poder de compra, se fará valer. O brasileiro poderá comprar mais com o dinheiro do próprio trabalho. Sendo assim, poderemos nos sentir cidadãos, finalmente inseridos na sociedade, tão exigente e consumista dos dias atuais.

4º ATO: A ESPERANÇA VENCE O MEDO – A VITÓRIA DO POVO
Finalmente o povo está feliz. Podemos olhar para o alto e ver a ponta da esperança surgindo dentre as brumas do medo, como o cume de uma montanha despontando entre a neblina.
O Brasil está nas mãos dos brasileiros, e isso é fato para se comemorar.
Lutamos muito, não deixamos a esperança morrer. Deus finalmente olhou para nós. Quem diria que nosso Luiz Inácio, homem do povo, menino humilde, operário, chegaria ao posto máximo da nação? E chegou. Porque o povo acreditou.
É emocionante vê-lo chorar ao receber seu primeiro diploma, o de presidente, das mãos daqueles que antes o consideravam analfabeto, erroneamente. Mas foi o “analfabeto” que revolucionou a retórica dos discursos pesados e cansados, dando a eles a graça e o humor bem peculiar ao nordestino. Foi ele que, com sua postura imparcial, abriu as portas do mundo para que o Brasil pudesse ser considerado uma potência em desenvolvimento. Foi ele que fez com que o Brasil deixasse de ser apenas a terra do samba e do futebol, ganhando o status de terra das oportunidades.
A ele expressamos o nosso muito obrigado, vindo do coração de todos os brasileiros que tiveram suas vidas melhoradas, que encontraram em suas palavras e em seus gestos a alegria de carregar no peito o orgulho de ser patriota e não ter vergonha de se assumir brasileiro.

Obrigado, presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

5º ATO: HOMENAGEM DA NAÇÃO CORINTIANA AO POVO BRASILEIRO
Políticas à parte, voltemos a nós mesmos, brasileiros, fiéis, convictos de nossos ideais. Ideais de LEALDADE, HUMILDADE e PROCEDIMENTO. A lealdade ao povo brasileiro, a humildade que não nos faz ficar acima de ninguém, o procedimento traduzido pelos atos que tomamos em prol do reconhecimento de cada ser como cidadão brasileiro.

Nascemos livres, sob uma democracia. Agora temos voz forte. E por que não usá-la?
Podemos não abrir mão da nossa cervejinha do final de semana, o samba ainda é a nossa paixão e o futebol nossa essência. Somos típicos brasileiros. Mas isso não nos redime do dever de brigar por nossos ideais de forma otimista.
Questionado sobre o seu otimismo, o nosso homenageado respondeu: "Sou católico, brasileiro, corintiano e ainda sou presidente do meu país, como poderia deixar de ser otimista”. E essa seria, possivelmente, parte da resposta de muitos brasileiros.

Somos corintianos, “maloqueiros e sofredores”, colocados, muitas vezes, à margem da sociedade. Desacreditados, às vezes, como já foi o corintiano Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, tal qual Lula e como todo o bom brasileiro, lutar sempre e nunca desistir é o nosso ideal. É o ideal de um vencedor e o de uma nação vencedora.

Aqui é Corinthians! Tem de respeitar!

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