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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

PARABÉNS! Avenida Paulista faz 120 anos nesta quinta em SP. PARABÉNS



Com diversas faces, a Avenida Paulista toca visitantes de todo o Brasil e mundo por sua ‘pulsação’ única e suas peculiaridades

Por Laura Neaime

Quem visita pela primeira vez o tão famoso centro financeiro de São Paulo não imagina que já foram cogitados os nomes Avenida das Acácias ou Prados de São Paulo para batizá-lo. Diferente disso, o primeiro pensamento que vem à cabeça de quem acaba de conhecer a tão íntima via de tantos outros paulista e paulistanos é: “Quanta diversidade!”. Esse é, ao menos, o pensamento de muitos estrangeiros e brasileiros que se apresentam à tradicional e contemporânea Avenida Paulista.

“Gigante pela própria natureza…”

A grandeza e imponência da Avenida Paulista que é, não só a casa de grandes empresas, mas também, centro cultural e ponto de encontro de diversas tribos, sempre impressiona seus visitantes. Foi esse o caso do argentino Gaston Fulquet, 29, para quem a região foi uma grande surpresa. Ele não tinha grandes expectativas em relação à Avenida Paulista, mas sim quanto à esquina cantada por Caetano Veloso na canção Sampa (formada pela Av. Ipiranga e a São João). Clement Gurliat, 23, francês, já não considera essa grandeza uma característica positiva. Pelo contrário, a primeira impressão foi apenas de frieza, diante de uma via “muito urbana, com muito trânsito e cinza”.

Mas o aspecto executivo da avenida não traz somente prejuízos. Por conta disso, a região dispõe de diversas vias de fácil acesso. Não há desculpas relacionadas à locomoção que justifiquem uma visita à cidade de São Paulo que não conte com uma ‘passadinha’ pela Paulista. E é exatamente esse o motivo pelo qual o francês Clement escolheu morar próximo à avenida, por “ter de tudo e pelo fácil acesso”. Quem não tem carro, pode optar pelo ônibus (que conta com o corredor exclusivo, para agilizar as corridas), metrô, transportes fretados (com pontos na região), além de, é claro, o táxi.

E, apesar de ‘ter de tudo’ a Avenida Paulista deixou a desejar para Viviana León, colombiana de 26 anos. Classificando o local como cosmopolita, Viviana sentiu falta de painéis, conhecidos como outdoors, e cassinos muito comuns na maioria dos países da América do Sul – os dois proibidos na cidade de São Paulo. Clement já imaginava “encontrar mais árvores, mais animações culturais, mais lojas e menos matrizes de empresas”

Resquícios do passado entre arranha-céus

Desde sua inauguração em 1820, a velocidade do progresso impressiona os visitantes

Mas não só de prédios altos e espelhados é feita a Avenida Paulista. O encontro do moderno com o antigo sempre impressiona os visitantes que se encantam, acima de tudo, com o que o cenário representa. “Essaavenida simboliza para mim o progresso do Brasil, um país grande e poderoso que está a acordar”, explica Gaston, para quem as fotos dão conta de todo esse crescimento. Observando fotos atuais e de 120 anos atrás, é possível encontrar imagens de uma área hipermodernizada e de uma área rural, na mesma região algunsanos depois.

Entretanto, nem toda a história que carrega a avenida é preservada da maneira correta, segundo o argentino que complementa: “no entanto, achei que não existe uma verdadeira consciência na cidade do valor dessas residências antigas”. Ele citou o caso da Casa das Rosas, dos anos 30, como o único exemplo de boa gestão do patrimônio arquitetônico.

A Paulista em dias de neve


Fachada de banco na Avenida Paulista 'à carater' para as festas

Inaugurada em 1891, por iniciativa do arquiteto Joaquim Eugênio de Lima – que dá nome a uma das ruas que cortam a Paulista –, a avenida é abrigo de inúmeras manifestações populares e de um dos ‘fenômenos’ que mais impressionam a gaúcha de 23 anos, Elenir Suppttiz: as decorações de natal. Ela se impressiona com a quantidade de pessoas que decidem aproveitar as noites de verão em São Paulo para passear pela avenida. “No resto do ano, não vemos tanta gente assim na rua, parece que todos decidem sair de uma só vez”, brinca a jovem.

O argentino Gaston também se impressiona com a decoração desta época do ano. Para ele, “as decorações de natal existem no mundo todo, só que, na Paulista, elas são realmente barrocas e chamam particularmente a atenção em dezembro quando faz tanto calor nessa cidade de clima tropical”.

Detalhes que não passam em branco

Para quem vive próximo da Paulista, alguns detalhes passam despercebidos. As ruas, por exemplo, não têm nenhuma placa com os seus nomes, apenas um quarteirão antes, nos semáforos que as antecede, fato queViviana cita como inusitado.

Para outros, os diferentes ‘tipos’ que transitam pelo calçadão constituem a particularidade da avenida. Elenir dizque nem em Porto Alegre, capital Rio Grande do Sul, ela vê pessoas tão diferentes: “as roupas, os acessórios, as tatuagens e até as escolhas sexuais super assumidas chegam a chocar um pouco quem não está acostumado”.

Muitas opiniões, muitas sensações

Contudo, independente do apreço pela avenida, que tinha como objetivo inicial fazer uma homenagem aos paulistas que chegavam à capital, o fato é que a via sempre consegue chamar a atenção de seus visitantes. Seja como foi para a colombiana Viviana que considera a Paulista “o espaço mais abundante de São Paulo”, para o argentino Gaston, que acredita numa ideia de progresso impressa no Brasil todo e mais fortemente naavenida, para a gaúcha Elenir, que acredita que a região é motivo de orgulho aos paulistas e paulistanos que a tratam como o quintal de casa, ou ainda, como para o francês Clement, que é apenas um lugar bom para se morar pela facilidade de acesso. Seja como for, ninguém passa por uma primeira visita à Avenida Paulista sem ser marcado de alguma maneira.

CONFIRA ALGUMAS FOTOS DA AV. PAULISTA -  ESTADÃO-GOOGLE


















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